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IPV: Reforçando a intercongregacionalidade na dimensão vocacional

27.11.2013


O Instituto de Pastoral Vocacional (IPV), de “cara” ou logomarca nova, dentro das celebrações de seus 20 anos de serviço à Igreja e ao mundo, nasceu intercongregacional, isto é, reúne, desde sua fundação, em 15 de agosto de 1993, congregações e institutos com carisma vocacional.

 

Interessante observar que a intercongregacionalidade foi uma das prioridades escolhidas na última Assembleia da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), realizada em julho de 2013, em Brasília (DF), com o objetivo de “proporcionar a partilha de carismas e experiências, buscando a leveza institucional, em vista da missão”. Vale ressaltar que a própria existência da CRB, enquanto tal, já é uma experiência intercongregacional, pois reúne diversos institutos em prol da “animação da vida religiosa no Brasil, promovendo a comunhão entre os membros dos diversos institutos religiosos e sociedades de vida apostólica; da coordenação de atividades que visem a construção de alianças intercongregacionais na formação e missão; da atuação em favor de entidades religiosas católicas, em comunhão com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e organismos afins; da manutenção, acompanhamento, apoio e estímulo de projetos missionários e sociais, em todo o território nacional, em parceria com suas secções regionais e entidades afins, buscando a construção de uma sociedade justa, fraterna e solidária; da realização de seminários, palestras, cursos, encontros, congressos e fóruns, para formação e capacitação profissional e apostólica” (cf. Estatutos da CRB, art. 6º). Mesmo sabendo que a CRB congrega vários institutos religiosos e que seus estatutos regulam suas finalidades, é necessário reforçar o tema da participação e comunhão com certa frequência.

O teólogo João Batista Libânio, em um artigo na revista Convergência, de 2008, escrevendo sobre a necessidade de ampliar alianças intercongregacionais, assim afirmou: “Em vez de buscar a unicidade, uniformidade totalizadora, centralizada, prefere-se a integração da diversidade. Cada carisma permanece na própria identidade, não fechada em si, mas integrada no projeto maior da evangelização e da missão da Igreja” (Convergência 410, abr/2008, p. 253). Outro teólogo, José Maria Arnaiz, na mesma revista, mas num artigo de 2012, escrevendo sobre a intercongregacionalidade como possível, conveniente, necessária e indispensável, assim afirmou: “Uma congregação religiosa não pode subsistir se não é algo mais que a soma de seus integrantes, individualmente comprometidos com uma missão [...]. Sem a comunhão do corpo apostólico entra-se numa fragmentação humanamente decepcionante e infecunda” (Convergência 450, abr/2012, p. 207). Esta rede ou relação entre as diversas congregações é possível, conveniente, necessária e indispensável, sem dúvidas! Unidade na diversidade ou diversidade unida! Pressupõe participação, esforço das partes, apoio.

Assim é o IPV, uma organização bem mais jovem que a CRB, mas que revela a possibilidade real da intercongregacionalidade entre diversos organismos religiosos afins. Quando o IPV completou 10 anos, em 2003, houve um simpósio interno com os institutos agregados, aprofundando os respectivos carismas. Como resultado do evento foi publicado um livreto, cujo conteúdo continua atual. Eis uma síntese:

 

Os atuais institutos agregados

O Instituto das Filhas de Nossa Senhora da Misericórdia, fundado pela Ir. Maria Josefa Rossello, em 1837, tem a experiência do amor misericordioso do Pai como carisma, que nos leva a ver e nos comover com a miséria, e à ação para promover o ser humano.

A Congregação de Jesus Sacerdote, fundada por Pe. Mário Venturini, em 1926, tem por objetivo oferecer a vida na oração pela santificação dos padres, contemplando as atitudes sacerdotais de Jesus no relacionamento com o Pai e com os apóstolos. Ajuda outros padres a viverem uma grande amizade com Cristo e a se doar generosamente ao Povo de Deus.

Formada inicialmente por um grupo de mulheres, que já tinha por missão rezar pelo bom êxito da obra masculina, Pe. Mário Venturini fundou, em 1929, a Congregação das Filhas do Coração Sacerdotal de Jesus para prosseguir atuando na Igreja com a finalidade de oferecer a vida, na oração e no trabalho, para a santificação de todos os padres.

A Congregação das Filhas do Divino Zelo, fundada em Messina, Itália, 1887, e a Congregação dos Rogacionistas do Coração de Jesus, também fundada em Messina, 1897, ambas por Santo Aníbal Maria Di Francia, têm a missão de zelar pelo mandamento de Jesus: “Rogai ao Senhor da messe que envie operários à sua messe...”. Os religiosos e as religiosas se empenham em rezar, propagar a oração pelas vocações e ser bons operários na messe, vivendo a compaixão, a ternura e o zelo pelo Rogate.

A Congregação das Irmãs Apostolinas (Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos para as Vocações), fundada pelo Bem-aventurado Tiago Alberione, em Castelgandolfo, Itália, 1959, tem por missão despertar, ajudar, suscitar, formar, incentivar e rezar por todas as vocações. As Apostolinas vivem a espiritualidade de Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, no espírito de São Paulo, sob o olhar de Maria, Rainha dos Apóstolos.

A Sociedade das Divinas Vocações, fundada em Nápoles, Itália, 1914, e o Instituto das Irmãs das Divinas Vocações, também fundada em Nápoles, 1921, ambas pelo Padre Justino Russolillo, buscam a glória de Deus promovendo a vocação universal à santidade, dedicando-se ao serviço do despertar e do cultivo de todas as vocações para a Igreja.

A Fraternidade dos Padres Operários Diocesanos do Sagrado Coração de Jesus, fundado em Tortosa, Espanha, em 1883, pelo Bem-aventurado Manuel Domingo e Sol, tem por carisma despertar, discernir, promover e acompanhar todas as vocações, especialmente a vocação presbiteral e aquelas para a vida consagrada. Os Operários Diocesanos são chamados a trabalhar no acompanhamento e na formação dos jovens.

A Congregação das Servas da Santíssima Trindade, fundada por Ir. Maria Celeste Ferreira, no Rio de Janeiro, Brasil, 1946, busca despertar nas pessoas a consciência de sua dignidade humana e de sua filiação divina pela graça do Batismo. Esta experiência de filiação, de irmandade e de ser a “casa de Deus”, vai acontecendo e se concretiza na “comunidade”. Como a Trindade, somos vocacionadas e vocacionados a formar comunidade humana, segundo o projeto de amor de Deus Trindade.

Há certa complementaridade entre os atuais institutos que formam o IPV. O específico de cada um contribui para a plenitude do todo. Na diversidade, há unidade. Cada carisma, acentuando o dom recebido, vai fazendo com que o corpo do IPV seja completo e responda plenamente à sua missão. A partir da identidade de cada um, percebem-se elementos que são indispensáveis ao serviço às vocações: a comunhão com a Trindade, a rogação, o zelo, a misericórdia, a oração, a ascese (sacrifício), o despertar, o discernimento, o cultivo das vocações e a atenção para com a vocação dos presbíteros. Na complementaridade a oração fortalece a ação e a missão dos que se empenham no trabalho e no cultivo das vocações, faz suscitar novos operários e operárias na Igreja. A oração, o trabalho e as novas vocações nascem da misericórdia e compaixão de Deus para com a humanidade. Na oração, no zelo, no despertar, no cultivo, na promoção, no apoio e no acompanhamento das vocações, o IPV concretiza seu objetivo de servir a Igreja do Brasil no campo das vocações e dos ministérios.

 

Desafios e expectativas

Um dos desafios no IPV, assim como na CRB e, certamente, em outras experiências reais de intercongregacionalidade, é a liberação de pessoas das congregações ou institutos agregados para atuar mais intensamente nos cargos de direção e setores de atividades da organização. O que não se pode esquecer, jamais, é que todos os membros das congregações e institutos agregados compõem a organização. No caso do IPV, todos os membros, religiosos e religiosas, dos atuais 10 institutos que compõe o IPV, deveriam sentir-se membros do IPV. Muito facilmente se associa apenas as pessoas que exercem funções na direção ou setores de atividades como os membros responsáveis da organização. Não deveria ser assim. Por isso a insistência na CRB para indicar a intercongregacionalidade como uma das prioridades dos governos, embora estatutariamente isso já deveria ocorrer. O IPV também deverá insistir e provocar, sempre, incansavelmente, seus membros agregados para a participação cada vez mais ativa. Cabe aos superiores maiores destes institutos a provocação aos seus membros.

Um outro desafio, também fundamental ao IPV, é relembrar seus institutos agregados para que incentivem seus membros a se especializarem no campo da Teologia e Psicologia Vocacional e de outras áreas importantes ao trabalho pelas vocações, para que o serviço de animação do IPV seja cada vez mais eficiente, promovendo a cultura vocacional na Igreja e na sociedade.

Em 2014 haverá mudança de governo no IPV, com a escolha de novos diretores e coordenadores para um mandato de três anos. Devemos louvar a Deus pelos 20 anos de serviço à Igreja no campo das vocações, agradecendo a tantos que se doaram nos cargos a que foram chamados, e, ao mesmo tempo, rezar para que o Senhor da messe envie mais operários e operárias ao serviço da própria organização estrutural do IPV, em vista de aprimorar ainda mais o seu serviço.

Pe. Juarez Albino Destro, RCJ




Pe. Juarez Albino Destro, RCJ