"O IPV muito tem ajudado a Igreja no Brasil e agora indo além fronteiras com a Escola Vocacional! Que venham as próximas formações..."
Projeto Vocacional Vem e Segue-me
Por que rezar pelas Vocações?
25/04/2013
Por que rezar pelas vocações? Para responder a esta pergunta, quero
primeiramente tentar explanar o tema da oração. Logo quando pensamos em rezar
nos vem à mente alguma prática piedosa de contato com o Transcendente. Alguma
novena, algum terço ou outras maneiras de aproximarmo-nos de Deus. Acredito que
tudo seja válido. No entanto, a oração é mais que isto. Os santos muito nos
inspiram e ajudam a compreender o que é a oração, já que fizeram verdadeiras
experiências de vida oracional. A Doutora da Igreja, Terezinha do Menino Jesus,
nos indica que a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao
céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da
alegria. Já para João Damasceno a oração é a elevação da alma a Deus ou o pedido
a Deus dos bens convenientes. Santo Agostinho nos ajuda neste tema da oração
lembrando que é o encontro entre a sede de Deus e a nossa. Deus tem sede de
que nós tenhamos sede dele. Ainda mais contemporânea, Chiara Lubich (Fundadora
do Movimento dos Focolares) nos insere na realidade da oração indicando que é
diálogo, comunhão, relação intensa de amizade
é escolher Deus como único
ideal, como o tudo de nossa vida
é dizer-lhe sinceramente: Meu Deus e meu
tudo; Eu te amo; Sou inteiramente teu, inteiramente tua; És Deus, és meu
Deus, o nosso Deus de amor infinito! Como vimos, rezar é estabelecer o
diálogo sincero. É estar-permanecer-ficar com Deus, assim como se tem vontade
de estar com um amigo. Deus é o amigo da humanidade que se compadece, olha com
a misericórdia, elevando-nos e indicando a contemplarmos a Sua Vontade. Se
chegamos (com a ajuda das testemunhas do Reino que já contemplaram a face do
Cristo, Bom Pastor, Amigo da humanidade) a conclusão de que a oração é o
diálogo que mais agrada a Deus, pois nos lança na experiência manifestarmos
nossa confiança Nele através de nossos pedidos, de exaltá-Lo pela nossa
gratidão e de louvar-reverenciar Aquele que revelou a alegria de conviver e
partilhar uma experiência que se estende ao mundo inteiro, pois é pautada na
liberdade de abandonar-se e entregar-se unicamente ao nosso Amor Indivisível,
então somos convidados a cultivar esta relação que fomos chamados a viver. No
Evangelho de São Mateus, no capítulo 9, versículos 36-38 nos indica o seguinte
texto: Ao ver as multidões, Jesus encheu-se de compaixão por elas, porque
estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse aos
discípulos: A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois,
ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para sua colheita! Jesus vê a
realidade do povo, é movido interiormente pela situação e nos faz um apelo:
Pedi, pois, ao Senhor da colheita
. Quem ao pedido de um amigo (muito caro)
não se colocaria à disposição? Ainda mais sendo algo que podemos (não nos
custa) fazer? Se compreendemos a oração como amizade com Deus e este amigo nos
faz um pedido, então, mais do que nunca devemos estar atento a corresponder com
esta ação de petição. Aqui já teríamos razão suficiente para fazer de nossa
vida uma existência voltada para este pedido do Amigo da Humanidade. Rezar
pelas vocações (pelos que virão, pelos que estão respondendo e pelos que já
responderam). Além disso, como não somos inertes no mundo, percebemos a plena
realidade que nos circunda. Mediante a tantos apelos que nos provocam
reconhecemos que nosso povo ainda caminha como ovelhas sem pastor (Mc 6,30) e
que sedento busca a fonte de água viva (Jo 4,10). Hoje temos pessoas que
avaliando e percebendo o testemunho que quem já provou desta água também quer
experimentar a água que se tornou dentro dele (vocacionado) fonte que jorra
para a vida eterna (Jo 4, 14), pois a vida se transforma, toma nova dimensão,
novo caminho, novo rumo. Encontramos a via: Eu sou o Caminho, a Verdade e a
Vida (Jo 14,6), e nos aproximamos daquele que é o modelo no seguimento.
Configuramo-nos a Ele, queremos ser e viver Nele. Meditante a necessidade de
mais pessoas autênticas em viver a proposta do Reino, pessoas que sejam capazes
testemunhar a Vida, de entregar e configura-se, anunciando o Novo Céu e a nova
Terra (Ap 21,1), é que rezamos pedindo pelas vocações. Lembrando que o Batismo
nos abre para a proposta vocacional, pedimos por todos, para que nossa Igreja
seja mais comprometida. Para que nossas comunidades sejam um reflexo do Amor de
Deus. Para que o mundo seja uma fonte de esperança. E, para que, sejamos
abertos, disponíveis e prontos na nossa resposta generosa ao diálogo de Amor
que Deus estabelece com o ser humano, pois a vocação é justamente este diálogo.
Assim, a necessidade de se rezar pelas vocações é um cumprimento evangélico e
um olhar atento à realidade. Amigo da Humanidade, vós sois o Cristo, o Bom
Pastor! Tomai-nos ao vosso serviço, nós que vimos a verdadeira luz (CD Luz da
Luz faixa 16 Frei José Moacyr Cadenassi). Que Jesus seja nossa inspiração
para pedirmos ao Pai pessoas que estejam dispostas a assumir o Reino com sua
vida, pois a messe é grande e os trabalhadores são poucos.
Pe. Valdecir Ferreira Assessor na CNBB para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada